terça-feira, 26 de março de 2013

Relacionamentos no trabalho. E aí?




Bem, aí está mais uma das grandes dúvidas que as pessoas têm. 

A cada 5 perguntas que eu recebo, 3 são de pessoas interessadas em colegas de trabalho. E não sabem como fazer isso sem comprometer seu emprego.

Tenho que ser honesto: Eu sou totalmente contra qualquer tipo de relacionamento no trabalho. Por quê?

Primeiro porque qualquer coisa que você faça no seu emprego que não seja seguir as ordens que te dão, está sujeita a ser interpretada como falta de profissionalismo, principalmente nas organizações ultra antiquadas existente no nosso ultra antiquado país.

Segundo porque no ambiente de trabalho do nosso ultra antiquado país, seguem-se as regras dos mandados de prisão: 

"Tudo que você disser poderá e vai ser usado contra você nos tribunais."

Terceiro, para tal existem outros locais: livrarias, barzinhos, parques, academias, supermercados e até internet para alguns. Trabalho é trabalho.

Quarto, quando não dá certo e as coisas não vão bem, vira uma guerra de picuinhas, jogos de ciúmes e bobagens desnecessárias. Em casos extremos, ela pode até dificultar a sua vida lá dentro ou, até mesmo, começar um rolo com um chefe seu, com o diretor da empresa e, putz, nem preciso dizer onde isso pode dar, certo?  

"Mas, cara, você não tá entendendo. Ela é linda, meu Deus, maravilhosa, quem não fica afim de uma mulher dessas só pode ser viado, meu Deus, que gata, que olhar, que sorriso, que bunda, que pernas, que braços, que antebraços, que pescoço, que delícia, pqp, não dá, eu tenho que tentar, meu Deus, não caibo dentro das calças quando vejo essa mulher, minha nossa, meu Deus."

Ok.

Então a minha sugestão é: vá em frente, tente, arrisque. Você só vai saber se tentar, certo?

Porém, sugiro tomar alguns cuidados:

1. Tente saber se aquele sorriso que ela te dá, não é apenas a maneira dela ser simpática ou eficaz. Mulheres sabem que, ao sorrir, podem fazer com que um homem, principalmente um babão, faça qualquer coisa por ela, inclusive um relatório ou dois ou três ou cinco ou dez, que são de total responsabilidade delas. Se ela realmente está afim de você, não importa o que você diga, ela vai fazer com que você saiba de outras maneiras. Portanto, dizer "não" para um ridículo pedido para que você faça algo para ela não diminuirá suas chances. Pelo contrário. Se ela desistir, você apenas confirmou que ela estava querendo delegar o serviço dela para alguém.

2. Ok, ela não desistiu e deu mais sinais. Ótimo. Agora seja discreto. Cuidado com sua linguagem corporal. Sem sorrisinhos imbecis no expediente. Sem indiretas quentes na frente dos outros. Sem indiretas frias na frente dos outros. Sem indiretas na frente dos outros. Reuniões são reuniões. Sem rir sempre das piadas dela. Você, dentro do ambiente de trabalho, por mais que ela já demonstrou querer esfregar os seios na sua cara, ainda é um funcionário. E lá dentro, está sendo pago para executar. Portanto, dentro da empresa nada acontece, a menos que estejam só vocês dois conversando sobre algo específico e você queira dar um sorrisinho imbecil direta e exclusivamente para ela.

3. Se forem almoçar juntos, só vocês, vá, aos poucos, levando o assunto para o lado pessoal. Lembre-se que você não a conhece muito bem, não sabe o que pode acontecer e, acima de tudo, ainda são colegas de trabalho.

4. O almoço foi ótimo, ela correspondeu e até rolou um convite para sair mais tarde ou outro dia. Sensacional. Fantástico. O que mais vocês costumam dizer? Ah, sim, do caralho. Agora divida os dois mundos: o profissional e o pessoal. Saindo com ela, fora do expediente, falando de coisas que não tem nada a ver com o dia a dia profissional. Fora da empresa você são novos amigos. Dentro da empresa, colegas de trabalho. 

Eu sei, você vai me dizer que é impossível dividir assim a vida pessoal da vida profissional. Que o trabalho precisa de um pouco de alegria, de vida, não pode ser sizudo, chato ou sem graça. 

E eu digo: mas isso é óbvio. 

Acontece que tentar separar as coisas é saudável para a sua mente. É saudável para você. 

Quando você mistura as coisas, sua vida entra em um desequilíbrio que te destrói lentamente. Com o passar dos anos, você vai notando que está afundando num lodo bizarro, se pega cansado de pensar tanto em trabalho e não consegue relaxar porque o trabalho se tornou sua vida pessoal e sua vida pessoal se tornou o trabalho.

Sua mente precisa de rituais e divisão de atividades de lazer e de compromissos. Se tudo se tornar o trabalho e tudo se tornar o lazer, sua vida para. 

Você acaba se tornando escravo do tempo. Você acaba achando que não dá conta das coisas. Você acaba acreditando que não é tão competente assim porque, se fosse, você daria conta dessas coisas. Ah, sim, esse é o quinto motivo pelo qual acredito que não se deve misturar relacionamentos com trabalho: sanidade e bem estar. 

Mas há casais que se conhecem no trabalho, namoram, se casam e constroem uma família, sem se estressar, saindo com o pessoal do trabalho e, ainda, frequentando a casa dos colegas de trabalho, numa boa. 

De repente, você é uma dessas pessoas abençoadas que consegue misturar as coisas do lado de fora, mas separar tudo dentro da sua cabeça.

Então, apenas relembrando, no trabalho evite ao máximo, mas, se sua vontade for maior, seja altamente discreto.

Sucesso

O Conqusitador  


3 comentários:

  1. Não sei porque você resolveu deletar o seu perfil do twitter, mas eu respeito sua decisão. Você tem uma vida para cuidar e aproveitar.
    Só quero dizer que agradeço pela ajuda que você forneceu a caras como eu.

    Obrigado!

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